A próstata é uma glândula presente no homem, responsável principalmente pela produção de esperma. Com tamanho aproximado de uma castanha, se localiza ao redor da uretra (canal da urina). As três doenças mais comuns que acometem a próstata são a Hiperplasia Benigna da próstata (HPB), as Prostatites e o Câncer de Próstata.
Diagnóstico
Os exames preventivos se baseiam principalmente na associação do toque retal e a dosagem do PSA (antígeno prostático especifico) no sangue. A partir destes exames iniciais pode ser necessário a complementação com outros exames laboratoriais ou de imagem para poder identificar algumas doenças na próstata, como Câncer de Próstata.
A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens a partir de 50 anos devem iniciar os exames preventivos, sendo que os que apresentam fatores de risco (câncer de próstata na família, negros e obesos) devem iniciar os exames
preventivos a partir dos 45 anos.
PROSTATITE
A prostatite é uma inflamação aguda na próstata, causada geralmente devido a infecção na glândula, que apresenta como principal sintoma a dificuldade de urinar.
O principal sintoma da prostatite é uma inflamação aguda da próstata que causa dificuldade para urinar.
HIPERPLASIA BENIGNA DA PRÓSTATA (HPB)
A HBP é o aumento benigno da próstata que pode ocorrer com o avançar da idade, e é uma das doenças mais comuns no homem idoso, atrás somente da hipertensão arterial, diabetes melito e depressão. Pode atingir até 80% dos homens com mais de 40 anos, e 15 a 20% com aumento sintomático a partir dos 45 anos.
O aumento da próstata pode causar obstrução da uretra (canal urinário), associado aos Sintomas do Trato Urinário Inferior (STUI). Alguns homens apresentam sintomas mesmo na ausência de crescimento prostático, ao passo que pacientes com grande aumento da glândula podem não apresentar sintomas.
Relacionados ao armazenamento e/ou de esvaziamento da bexiga, os principais sintomas são:
- Dificuldade para iniciar a micção;
- Diminuição do jato urinário;
- Jato de urina entrecortado (intermitente) e gotejamento terminal;
- Sensação de esvaziar a bexiga incompletamente;
- Necessidade de realizar esforço abdominal para urinar;
- Necessidade de urinar várias vezes ao dia ou em intervalos mais curtos;
- Urgência para ir ao banheiro;
- Perda urinária;
- Acordar à noite devido a vontade de urinar.
A presença dos STUI leva à suspeita de obstrução da uretra (canal urinário) pelo aumento prostático. Deve-se realizar história clínica detalhada, a fim não só de caracterizar o quadro miccional apresentado pelo paciente, como identificar outras doenças ou ocorrências que podem interferir no funcionamento da bexiga como, por exemplo, antecedentes cirúrgicos, câncer prostático ou de bexiga, disfunção sexual, sangramento na urina, infecções do trato urinário, doenças neurológicas, diabetes, estenose uretral, cálculos urinários, efeitos de medicações, entre outros. Para a caracterização do quadro miccional, pode-se utilizar um escore específico (IPSS) que pontua os sintomas relatados e auxilia no diagnóstico, na análise da gravidade da obstrução e, inclusive, na avaliação da resposta ao tratamento instituído.
Exame digital da próstata (toque retal): é primordial e, além das características da próstata (volume, consistência, regularidade, limites, sensibilidade e mobilidade), deve avaliar o tônus do esfíncter anal, reflexo bulbocavernoso e parede retal.
Ultrassonografia:
– A ultrassonografia da próstata é também um exame essencial e comumente solicitado, e tem o intuito de determinar o tamanho do órgão e o resíduo pós miccional.
– Já a ultrassonografia das vias urinárias fornece repercussões decorrentes da obstrução da próstata na bexiga e no trato urinário superior (Rins e Ureteres).
PSA (antígeno prostático específico): a medição do PSA é também realizada a fim de afastar a suspeita de câncer da próstata concomitante aos demais exames.
O médico ainda pode lançar mão de exames para auxiliar no diagnóstico da obstrução, como a Urofluxometria (análise da velocidade do fluxo de urina e da curva de micção), que informa de forma mais objetiva o padrão urinário do paciente, ou até mesmo o Estudo Urodinâmico (método que permite analisar o funcionamento da bexiga e sua força de contração, quanto as possíveis obstruções causadas pela próstata).
O tratamento pode, inicialmente, ser feito com medicações que procuram reduzir o tamanho da próstata (inibidores da 5-alfa redutase) e relaxar a musculatura da uretra prostática (alfa-bloqueadores ou inibidores de 5-fosfodiesterase), aliviando a obstrução causada pela HBP.
Intervenções cirúrgicas podem ser indicadas na falha do tratamento medicamentoso ou se a obstrução causar complicações como cálculos ou divertículos na bexiga, infecções urinárias recorrentes, retenção urinária e insuficiência ou inchaço (hidronefrose) renal. Estas podem ser realizadas por via endoscópica (ressecção, incisão, vaporização ou enucleação transuretral da próstata) ou por via aberta (prostatectomia simples a Millin ou transvesical), esta última especialmente nos casos com próstatas volumosas, cálculos na bexiga ou grandes divertículos vesicais. Nestes casos, os acessos por via laparoscópica ou robótica também conquistaram seu espaço no arsenal terapêutico.
CÂNCER DE PRÓSTATA
Segundo tipo de câncer mais comum entre os homens brasileiros, um em cada seis homens será diagnosticado com a doença durante sua vida, sendo que mais de 50% das mortes por câncer de próstata ocorrem em homens diagnosticados após os 75 anos.
Geralmente, o câncer de próstata cresce lentamente e fica restrito ao órgão e podem precisar de tratamento mínimo ou mesmo inexistente. Já outros são agressivos e podem se espalhar rapidamente. Se detectado precocemente – quando ainda está confinado à próstata – tem mais chances de cura no tratamento. Muitas vezes, a doença pode ser detectada com os exames do toque retal e a dosagem do antígeno prostático especifico (PSA).
O câncer de próstata pode não causar sinais ou sintomas em seus estágios iniciais. Em estágios mais avançados pode causar sinais e sintomas como:
- Problemas para urinar;
- Diminuição da força no fluxo de urina;
- Sangue no sêmen;
- Desconforto na área pélvica;
- Dor óssea;
- Disfunção erétil.
Mutações no DNA das células anormais fazem com que as células cresçam e se dividam mais rapidamente do que as células normais. As células anormais continuam vivendo, enquanto as outras células morrem. As células anormais acumulativas formam um tumor que pode crescer para invadir tecidos próximos, e também podem se espalhar (metástases) para outras partes do corpo.
Marque uma consulta com seu médico se tiver algum sinal ou sintoma que o preocupe.
Há ainda um debate sobre os riscos e benefícios da triagem do câncer de próstata, e as organizações médicas diferem em suas recomendações. Discuta o rastreamento do câncer de próstata com seu médico. Juntos, você pode decidir o que é melhor para você.
Você pode reduzir o risco de câncer de próstata com a adoção de algumas atitudes:
Escolha uma dieta saudável, cheia de frutas e legumes, isso pode ajudar a melhorar sua saúde em geral. Evite alimentos com alto teor de gordura e concentre-se na escolha de uma variedade de frutas, vegetais e grãos integrais. Frutas e vegetais contêm muitas vitaminas e nutrientes que podem contribuir para a sua saúde;
Escolha alimentos saudáveis em vez de suplementos. Nenhum estudo demonstrou que os suplementos desempenham um papel na redução do risco de câncer de próstata. Em vez disso, escolha alimentos ricos em vitaminas e minerais para manter níveis saudáveis de vitaminas em seu corpo;
Exercite-se na maioria dos dias da semana. O exercício melhora sua saúde geral, ajuda a manter seu peso e melhora seu humor. Existem evidências de que homens que não se exercitam têm níveis mais altos de PSA, enquanto homens que se exercitam podem ter um risco menor de câncer de próstata.
Idade – Seu risco de câncer de próstata aumenta com a idade;
Etnia – Homens negros apresentam maior risco de câncer de próstata do que os homens de outras etnias. Nos homens negros, o câncer de próstata também tem maior probabilidade de ser agressivo ou avançado;
História familiar – Se os homens da sua família tiveram câncer de próstata, seu risco pode aumentar. Além disso, se você tem um histórico familiar de genes que aumentam o risco de câncer de mama (BRCA1 ou BRCA2) ou um histórico familiar muito forte de câncer de mama, seu risco de câncer de próstata pode ser maior;
Obesidade – Homens obesos diagnosticados com câncer de próstata podem ter maior probabilidade de desenvolver doenças mais difíceis de tratar.
O diagnóstico do câncer de próstata é feito através da biopsia de próstata quando há suspeita de câncer. Essa suspeita surge quando há alteração no exame do toque retal ou na dosagem do PSA (antígeno prostático especifico). Algumas organizações médicas recomendam que os homens considerem o rastreamento do câncer de próstata aos 50 anos, ou mais cedo, para homens com fatores de risco para câncer de próstata. Discuta sua situação específica e os benefícios e riscos do rastreamento com seu médico.
Os testes de rastreamento da próstata podem incluir:
Exame do toque retal: durante o exame, seu médico insere um dedo usando luvas em seu reto para examinar sua próstata, que é adjacente ao reto. Se o seu médico encontrar alguma anormalidade na textura, forma ou tamanho da glândula, você poderá precisar de mais exames;
Teste de antígeno prostático específico (PSA): por meio de exame de sangue é analisada a dosagem do PSA, uma substância produzida naturalmente pela glândula prostática. É normal que uma pequena quantidade de PSA esteja na corrente sanguínea. No entanto, se for encontrado um nível acima do normal, isso pode indicar infecção da próstata, inflamação, aumento ou câncer.
Se o exame do toque ou PSA detectar uma anormalidade, seu médico poderá recomendar mais testes para determinar se você tem câncer de próstata, como:
Ressonância nuclear magnética multiparamétrica de próstata: É um exame que imagem que consegue ver com detalhes a anatomia pélvica e identificar áreas suspeitas para o câncer de próstata;
Biópsia de próstata com fusão de imagens por ressonância magnética: É o exame que dá a certeza do diagnóstico de câncer. Consiste na retirada de amostras de tecido prostático através do reto com uma agulha de biópsia. É feita uma fusão de imagens de ultrassonografia e ressonância magnética em tempo real, permitindo identificar as áreas com maior suspeita de câncer de próstata, aumentando a acurácia no diagnóstico. O Centro Especializado em Urologia dispõe das ferramentas mais recentes para o diagnóstico do câncer de próstata.

O tratamento do câncer de próstata inicial é feito através de radioterapia ou de cirurgia.
Radioterapia
Consiste no tratamento com radiação ionizante sobre a glândula prostática de maneira a destruir as celular tumorais. Pode ser feita externamente ou internamente.
Durante a radioterapia externa, você fica deitado em uma mesa enquanto uma máquina se move pelo corpo, direcionando raios de energia de alta potência para o câncer de próstata. Normalmente, você é submetido a tratamentos externos de radiação por feixe cinco dias por semana, durante várias semanas.
Durante o tratamento interno com radioterapia (braquiterapia) é feita a colocação de muitas sementes radioativas do tamanho do arroz no tecido da próstata. As sementes radioativas fornecem uma baixa dose de radiação por um longo período de tempo. Seu médico implanta as sementes radioativas em sua próstata usando uma agulha guiada por imagens de ultrassom. As sementes implantadas acabam parando de emitir radiação e não precisam ser removidas.
Os efeitos colaterais da radioterapia podem incluir micção dolorosa, frequente ou urgente, além de sintomas retais, como incontinência fecal e dor para evacuar. Disfunção erétil também pode ocorrer.
Cirurgia
O tratamento cirúrgico consiste na retirada da próstata em sua totalidade, das vesículas seminais e de linfonodos da pelve. A cirurgia pode ser realizada por via aberta (uma incisão da base do pênis até o umbigo), por laparoscoscopia (através de pequenas incisões no abdome) ou com o auxílio de robótica (através das pequenas incisões da laparoscopia é acoplado um robô controlado remotamente pelo médico).
A cirurgia robótica é atualmente a ferramenta mais moderna permitindo uma retirada da próstata com maior segurança, menor sangramento e retorno mais precoce as atividades do dia-a-dia. O Hospital Alemão Oswaldo Cruz dispõe de uma das maiores experiências mundiais em cirurgia robótica urológica e o Centro Especializado em Urologia, sob a supervisão do Prof. Dr. Carlo Camargo Passerotti, possui expertise neste tipo de tratamento.
Há ainda a terapia hormonal, que é um tratamento para impedir que seu corpo produza o hormônio masculino testosterona. Como as células do câncer de próstata dependem da testosterona para ajudá-las a crescer, cortar o suprimento de testosterona pode fazer com que as células cancerígenas morram ou cresçam mais lentamente.
Câncer que se espalha (metastático): O câncer de próstata pode se espalhar para órgãos próximos, como a bexiga, ou viajar através da corrente sanguínea ou sistema linfático até os ossos ou outros órgãos, podendo causar dor e fraturas ósseas. Depois que o câncer de próstata se espalhou para outras áreas do corpo, ele ainda pode responder ao tratamento e ser controlado, mas é improvável que seja curado;
Incontinência – O câncer de próstata e seu tratamento podem causar incontinência urinária. O tratamento para a incontinência depende do tipo, da gravidade e da probabilidade de melhora ao longo do tempo. As opções de tratamento podem incluir medicamentos, fisioterapia e correção cirúrgica;
Disfunção erétil – A disfunção erétil pode resultar do câncer de próstata ou de seu tratamento, incluindo cirurgia, radiação ou tratamentos hormonais. Medicamentos, dispositivos de vácuo que auxiliam na ereção e cirurgias estão disponíveis para tratar a disfunção erétil;